Arquivo do mês: julho 2013

ECOS DA JORNADA MUNDIAL DA JUVENTUDE

Cristo em madeira lavrada e policromada h=72cm Esc. atribuida a Ant. Fco. Lisboa Aleijadinho R$ 370,000.00 O chamado Campo da Fé, preparado para recepcionar os peregrinos alagou, mas os jovens gostaram da mudança para Copacabana;
Contrariando a tradição, os serviços de meteorologia acertaram na predição do tempo, mas as autoridades, tanto civis como eclesiásticas e os expertos que apostaram no retorno financeiro da concentração dos fieis, pecaram pela falta de fé.
O sistema de transporte coletivo não conseguiu absorver (como nenhum sistema de transporte do mundo conseguiria) mais de três milhões de passageiros, mas os jovens são naturalmente peregrinos;
A infraestrutura foi insuficiente, o pão e o leite acabaram, mas a alegria dos jovens militantes (ao igual que a do Papa) superou qualquer cansaço;
O frio era de rachar, mas a fé remove montanhas;
Muitos dos albergues autorizados não possuíam agua quente e outros nem camas ofereciam, mas nada que um bom saco de dormir e a coragem matutina de quem decidira enfrentar qualquer desafio, não pudessem contornar;
O apoio infraestrutural da Prefeitura e do Governo do Estado ficou apenas nas boas intenções de quem se dispõe a recepcionar um chefe de Estado, mas nunca imaginaram que a personalidade e a simpatia de um líder espiritual do calibre do Papa Francisco fosse capaz de superar qualquer intenção política de se apropriar da Jornada para melhorar a sua imagem. E Francisco, quem diria, ficou engarrafado no trânsito do Rio de Janeiro.
A verdade é que contra todos e contra tudo os jovens católicos deram uma lição de alegria, de educação, de paciência, de fé e de humildade e a descoberta de um Papa latino americano pareceu fazer toda a diferença.
Ele veio, viu e conquistou, bebeu chimarrão, abençoou, trocou o solidéu em varias ocasiões tentando agradar os anfitriões (experimentou até um sombrero mexicano), sorriu e beijou as crianças, abençoou, tocou os corações, abençoou, abraçou os desvalidos, os presos e a família brasileira, abençoou, aceitou todo tipo de presentes (encheu o papamóvel de flámulas, bonês, imagens e bandeiras), abençoou, negociou com os anfitriões a trégua Brasil-Argentina, aceitando a nacionalidade brasileira para Deus e se conformando apenas com o papado para “los hermanos”, abençoou e até se diz (por baixo dos panos) que teria ouvido o pedido da Presidente argentina para mudar o nome da Capela Sixtina por “Capela Cristina”.
Parecia milagre, o próprio sonho de Deus: um portenho humilde.
Embora superficialmente, tratou de todos os temas que envolvem a Cúria Romana e a Santa Sé; do apego ao dinheiro por parte dos prelados do Banco do Vaticano aos desvios sexuais de padres, bispos e arcebispos, do looby dos homossexuais ao crescimento vertiginoso das igrejas evangélicas, sem deixar de exortar os jovens (em momento algúm) a manter seu idealismo revolucionário, da manutenção da sua fé e da sua ida para as ruas à conquista do amor incondicional ao próximo.
A bem da verdade tenho que confessar que não me identifico como um fã dos Soberanos Pontífices, confesso que sempre me incomodou a sua infalibilidade e que a aceitação dos dogmas de fé do catolicismo foi sempre a minha tortura. Confesso também a minha profunda desilusão com os rumos da religião da minha infância, mas não posso deixar de reconhecer o carisma e a humildade que vem caracterizando a figura de FRANCISCO I e a energia vital que envolveu os jovens presentes à Jornada, seus cantos, suas emoções.
A passagem da JMJ pela cidade Maravilhosa deixou também uma impressão indelével no meu coração. Embora como mero expectador da cena turístico-religiosa, porém como cidadão que precisa se locomover e pagar as suas contas em dia, me vi em situação curiosa e desagradável.
Um jovem alto, forte e sadio, ao parecer incomodado com as restrições que a juventude católica estava impondo aos moradores do Rio, decidiu entrar numa vaga destinada aos portadores de deficiência física (classificação em que o DETRAN carioca decidiu me colocar), justamente aquela que eu pretendia e para a qual estava fazendo fila. Fiquei atrás do seu carro e de imediato, ao descer me ameaçou dizendo: “E TIRA TEU CARRO DAÍ PORQUE SE QUANDO SAIR DO BANCO, VOCÊ ESTIVER-ME PREENDENDO, VOU ARREBENTAR COM VOCÊ E COM O TEU CARRO”.
Ciente do meu acanhado poder muscular (principalmente por me encontrar totalmente fora de forma) e tendo esquecido completamente as técnicas apreendidas na infância sobre lutas marciais, decidi recorrer aos guardas bancários que, muito gentis, me informaram que sua área de atuação não poderia ultrapassar a porta do banco, pois desempenhavam-se apenas como guardas patrimoniais.
Receoso não só de que o vândalo pudesse arranhar o meu carro, mas tentando preservar a minha integridade física, decidi ligar para o salvador (e burocrático) um nove zero.
Também de forma gentil, a interlocutora ouviu a minha queixa, me alertou para o fato de que a conversa estava sendo gravada e partiu para o questionamento burocrático: nome completo, rua e número do prédio em que me encontrava, telefone de contato, ponto de referência para orientação policial e assim por diante.
Já temeroso de que o meu algoz tivesse resolvido seu problema no banco e partisse para os “finalmentes”, perguntei o tempo em que a viatura estaria no local, quando recebi da atendente o banho de agua gelada que não esperava:
-“O SENHOR É PEREGRINO?” perguntou.
-Não, sou apenas um cidadão comum, retruquei.
-Bom, redarguiu, lamento, mas no momento, todos os nossos efetivos estão atendendo os peregrinos.
Foi quando agradeci a Deus pela presença “del hermano Francisco” no Rio de Janeiro e senti a urgente necessidade da sua benção.
Acho que o jovem alto,forte,sadio e absolutamente determinado, também não era católico.
HB

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CHACTÚN: “PIEDRA ROJA” / “PIEDRA GRANDE”

Civilización Maya Desta feita me afasto dos temas que me levaram a protestar e a elogiar os protestos dos jovens deste grande País, me afasto das noticias da violência quotidiana, da teimosia dos irracionais e da cegueira dos políticos, visando noticias mais alvissareiras, mais edificantes e principalmente mais transcendentes para o conhecimento da evolução humana neste planeta.
No fim de maio pp. tivemos uma excelente noticia gerada pelas novas tecnologias, a descoberta de um extenso sitio arqueológico pertencente a civilização maya, localizado a Sudeste do Estado de Campeche, na República Mexicana e batizado como CHACTÚN, o que equivale a dizer, na língua maya, Pedra Vermelha ou Pedra Grande.
Na esteira dos descobrimentos feitos nos últimos anos pelos técnicos e antropólogos da Universidade de Duke, na Carolina do Norte, nos mostrando vestígios inquestionáveis da presença dos mayas no Estado da Geórgia, ao norte da capital, Atlanta e cuja importância radica nas suas possibilidades concretas de modificar a própria história, o mundo foi regalado, em 1966, com o PROJETO DE RECONHECIMENTO ARQUEOLÓGICO NO SUDESTE DO ESTADO DE CAMPECHE, MÉXICO, sendo que a descoberta do sitio de CHACTÚN, já corresponde à oitava etapa do projeto.
Trata-se de um dos maiores sítios arqueológicos das “Terras Baixas Centrais” da Civilização Maya, superior a 22 hectares, apenas comparável, pela sua extensão e a magnitude das suas edificações (quase uma dezena de monumentos com inscrições) com BECÁN, NADZCAAN e EL PALMAR.
Acredita-se que esta verdadeira urbe foi o polo central de uma ampla região que floresceu há mais de mil e quatrocentos anos, ou seja entre os anos 600 e 900 d.C.
Este Projeto, atualmente liderado pelo arqueólogo Ivan Sprajc, (pesquisador do Centro de Investigações Científicas da Academia Eslovena de Ciências e Artes) é um esforço conjunto idealizado e autorizado pelo Conselho de Arqueologia do INAH (INSTITUTO NACIONAL DE ANTROPOLOGIA E HISTÓRIA), patrocinado pela “National Geographic Society” e pelas empresas VILLAS (austríaca) e ARS LONGA (eslovena).
Ao longo dos séculos, CHACTÚN manteve-se oculta sob a selva ao Norte da Reserva da Biosfera de CALAKMUL, nos informa Sprajc e faz parte integrante de uma área superior a 3,000 quilómetros quadrados, localizada na região das bacias dos rios “Bec” e “Chenes”, extensão de terra que tem permanecido como um “branco total no mapa arqueológico da área maya”.
A localização desta milenária metrópole foi possível (ao igual do que mais de 80 sitios arqueológicos detectados pelo Projeto) pela aplicação de uma tecnologia avançada para o reconhecimento tridimensional de fotografias aéreas de grande escala (sendo que os levantamentos específicos foram realizados sob a coordenação do geodesta esloveno Ales Marsetic e do arqueólogo mexicano Atasta Flores Esquivel). Alguns sítios como “Uxul” e “Pared de los Reyes” já tinham sido descritos na década de 1930 por exploradores como Karl Ruppert, mas CHACTÚN permaneceu ignorado até hoje.
Completamente coberto pela mata local (subtropical-húmida) o sitio era imperceptível, porém, com as fotografias aéreas examinadas estereoscópicamente, foram encontrados muitos vestígios arquitetônicos que posteriormente foram investigados, seguindo as trilhas usadas pelos seringueiros e extratores de madeira da região.
O sitio compreende três complexos monumentais: o Oeste. Que ocupa uma superfície de mais de 11 hectares e aqueles identificados como do Sudeste e do Nordeste, somando em conjunto, outra extensão igual.
Nesta vasta extensão de terra encontram-se numerosas estruturas do tipo piramidal, além de palácios e monumentos, incluindo dois campos originalmente destinados ao “jogo de pelota”, pátios, praças e áreas habitacionais. A pirâmide principal atinge 23m. de altura, sendo que o maior destaque do conjunto está representado pelos volumes construtivos de antigos edifícios (cuja função ainda não foi estabelecida). No entanto, as ESTELAS e os ALTARES, alguns dos quais ainda apresentam restos de estuco e policromia, (registrados pelo arqueólogo e epigrafista da Universidade Nacional Autônoma do México, Octavio Esparza) representam a riqueza do conjunto, nítido exemplar do período Clássico Tardio (600-900 d.C.).
Sem críticas, sem cobranças e sem discussões sobre a péssima administração dos nossos impostos (já que que estes projetos de fundamental importância para o País são todos financiados por instituições e ONGs internacionais) nos move apenas o regozijo da descoberta, o orgulho das raízes e a contribuição das civilizações pré-colombianas para o mundo de hoje.
E para quem quiser ouvir de viva voz a descrição do Projeto e assistir o vídeo do site de CHACTÚN, vai o endereço certo: http://youtu.be/WQguDtodNbI
HB

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BIG BROTHER

BIG BROTHERPrezado Senhor Obama,
Queria lhe pedir respeituosamente, que aquilo que aconteceu entre mim e a minha namorada, via internet, na semana passada, ficasse apenas entre nós três.
Parece piada, digna do José Simão, mas não é, não.
Curiosamente não mais me surpreende esta atitude dos nossos irmãos da America do Norte, (indiferente, por impotência) apenas me faz rir, os gringos mantem inalterada desde a criação da Nação Americana sua política externa de espionagem, se metendo no que não lhes diz respeito, dando palpite na vida dos outros e se vingando até as últimas consequências (“olho por olho e dente por dente”) quando alguem (por vezes inadvertidamente) pisa nos seus calos. Continuam acreditando (como sempre foi) na liberdade, na democracia e nos direitos humanos, desde que praticados pelos outros e sempre e quando não afete seus interesses. Já invadiram, compraram, mentitram, subjugaram, torturaram, roubaram e mataram em nome desta mesma liberdade, do aparente equilibrio no exercício do poder teoricamente gerado pela sua democracia bipartidária e dos direitos humanos (os seus, preconizados apenas pelo único Presidente americano eleito para apenas um período eleitoral, William J. Carter). Sempre foram desse jeito, sempre serão (em que pese a sua propalada  religiosidade) e dificilmente irão mudar (os incomodados que se mudem).
Na verdade pretendia dedicar o espaço deste HBLOG à cultura de forma geral, a poesia, à crônica, ao conto e a qualquer tipo de prosa que pudesse incentivar à reflexão, desenvolvendo o pensamento, mas a cada passo me deparo com um mundo cujos rumos não são mais os meus (ou pelo menos não são mais aqueles que idealizei).
Quando penso que a velhice traria para minha vida a paciência, a ponderação, a bondade e todas aquelas virtudes que identificamos nos mais idosos, me deparo com que estas atitudes, em geral, são apenas uma reação de impotência perante a vida. Não mais temos energia para tentar mudar o mundo que nos cerca. Não existem revolucionários (nem vándalos) de mais de 30 anos (salve Marcos Valle) e as virtudes a que me refiro tem que ser conquistadas ao longo da vida. É claro que não é fácil, como nunca será para o povo americano conquistar a liberdade, a democracia e os direitos humanos, ainda tão distantes do seu coração (e que a sua elite intelectual percebe claramente a ponto de se envergonhar dos próprios governantes). O último mandatário americano, por exemplo, Jorge W. Bush, já passou para história como um dos mais retrógrados, ignorantes e incapazes políticos americanos.
Atualmente (imagino que tentando intensificar as relações diplomáticas, sociais e de ajuda mútua para com seus vizinhos ao sul do Rio Bravo) o governo americano está construindo uma nova Muralha da China ou, (para no ir muito longe) um novo Muro de Berlin na fronteira com o México. Muralha esta projetada com 4,5m de altura, seguida por uma outra de 3,3m. ao longo de 606 quilómetros de extensão, equipada com sensores de movimento, 140 câmaras infravermelhas e 400 holofotes. Apenas me ocorre pensar que o verdadeiro objetivo desta burrice incomensurável, seja, a partir de hoje, obrigar os mexicanos a invadir os EUA pela fronteira canadense.
E certamente deve piorar, em que pesem os esforços do senhor Obama que parece estar empenhado na desmobilização de Guantánamo (logo após a tomada de decisões sobre o que fazer com os direitos humanos do pessoal que se encontra temporariamente “detido” nestas “belas” e “confortáveis” instalações americanas a beira do mar do Caribe e obviamente neutralizar os inimigos naturais do seu exemplar regime capitalista, tais como a família cubana Castro Ruz, o Nicolás Maduro, herdeiro da revolução Bolivariana, Evo Morales o lider indígena da Bolívia, Rafael Correa do Equador e todos aqueles ao redor do mundo que já sentiram a bota imperialista no pescoço).
HB

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OS ELEFANTES II

Elefantes Perante a inusitada reação do povo brasileiro se manifestando nas ruas das principais ciudades do País (depois de mais de vinte anos dormindo em verso esplêndido, desde que os inesquecíveis caras-pintadas conseguiram o afastamento do então Presidente Fernando Collor de Mello em 1992) a opinião pública mundial abriu as manchetes das suas principais publicações e as chamadas dos seus principais noticiarios para manifestar a sua perplexidade, tanto com relação às reivindicações (aparentemente modestas pelo aumento de apenas vinte centavos nas tarifas do transporte público e pouco claras, inclusive pela ausencia de líderes) como em função da violencia gerada por elementos estranhos à pureza do movimiento da sociedade como um todo.
Assim, para que os leitores deste HBLOG possam sentir melhor a imagen do Brasil lá fora, decidí colocar ao seu alcance (em livre tradução) a visão de “LA VOZ DE AMÉRICA”, opção esta que me pareceu mais adequada (por se tratar da nossa Região) mais equilibrada (por representar a visão dos fatos de um grupo de jornalistas, produtores e apresentadores latinoamericanos) e certamente imparcial (por se tratar de uma programação noticiosa educativa e cultural, sem custo algum, que manipula a informação disponível através de plataformas interativas, envolvendo a WEB e as redes sociais, além de diversas mídias, incluindo rádio e televisão).
BRASIL: O MAR DE FUNDO DOS PROTESTOS. 
Sob esta manchete “La Voz de América” divulga para o mundo o movimento surgido no mês de junho pp. em diversas cidades do Brasil, entre as quais, algumas das suas mais importantes metrópolis, como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Salvador e Fortaleza.
As concorridas e por vezes violentas manifestações de protesto ocorridas nas últimas semanas no Brasil pegaram o mundo de surpresa, tendo ficado atônito, perante as imagens de milhares de manifestantes nas ruas de um País, até hoje tido como exemplo de desenvolvimento e prosperidade no hemisfério e como uma das economías emergentes mais exitosas do mundo.
Os protestos começaram logo após convocatoria feita pelo Movimento Passe Livre (MPL) na cidade de São Paulo, através das redes sociais e nas quais, o grupo conta com mais de 200 mil seguidores. Após uma primeira manifestação em 06 de junho pp. e outra no dia 13 do mesmo mês, a policía enfrentou com violencia os manifestantes. Cinegrafistas amadores, aproveitando as facilidades hoje existentes, através de telefones celulares, captaram imagens nas ruas, capazes de indignar o País.
Após alguns días, centenas de milhares de manifestantes foram às ruas em onze das mais importantes ciudades do País, ponto de partida para que o MPL moviliza-se um milhão de pessoas, fato este que conseguiu paralizar mais de oitenta ciudades brasileiras. O saldo foi um jovem de 18 anos e uma mulher de 54 mortos e centenas de feridos durante os protestos, atribuidos ao malestar popular pelo aumento das tarifas e a má qualidade do transporte público, o que pareceu ser apenas a ponta do iceberg.
As vozes das ruas foram dissimiles e insólitas, não mais escutadas depois das “diretas já” e das jornadas anticorrupção de 1992 contra o então presidente Fernando Collor de Mello.
A maioria dos manifestantes, constituida por jovens, demanda investimentos em educação e em saúde, ao invés das maciças aplicações que vem sendo feitas em eventos como a Copa das Confederações e na Copa do Mundo de Futebol que terá como próxima sede o Brasil (2014). O protesto é direto contra a corrupção e as suspeitas marcantes de desvio de recursos na construção dos estádios.
A verdade é que o Brasil pode ostentar admiráveis estatísticas financeiras, liderar o crescimento económico da Região, mas em ocasiões se esquece que o desenvolvimento arrasta consigo uma maior demanda de serviços por parte da população, tais como saúde, educação, programas sociais e infraestrutura em geral.
Além do mais, no caso específico do Brasil, ainda está fresca na memoria popular o famoso “julgamento do século” em virtude do qual o Superior Tribunal de Justiça, impôs condenações a 25 pessoas por delitos ligados à “corrupção política”, entre eles antigos dirigentes do Partido dos Trabalhadores (PT), ainda no poder, próximos ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, incluindo um membro do seu gabinete, José Dirceu, que durante anos foi sua mão direita na direção dos destinos do País, inclusive no planejamento da estrategia para a permanencia do PT no poder nos próximos 20 anos.
Nos protestos dos últimos días, embora constatada a infiltração de alguns elementos identificados como vándalos, saqueando lojas, incendiando bancas de jornal e danificando o mobiliário urbano, a aureola de prosperidade, usufruída pelo País logo após o mandato do Lula, com resultados económicos positivos, uma baixa inflação e uma alta taxa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), os brasileiros dão mostras de estar cansados de um governo que promete, mas não resolve os problemas sociais e estruturais do País. Tanto é assim, que centenas de militantes do PT que concorreram a uma das grandes manifestações em São Paulo, tiveram que abandona-la sob intensas vaias, insultos e ameaças por parte dos manifestantes, contrários à identificação política do movimento.
No momento, o governo parece apenas preocupado com que a tensão social, aflorada durante as manifestações, possa comprometer A JORNADA MUNDIAL DA JUVENTUDE, programada para o próximo 22 de julho e que também terá como sede o Brasil, com a presença do Papa Francisco.
A rigor, mesmo que as autoridades venham reiterando que a realização do Mundial de Futebol em 2014, esteja garantida, não parece estar dando resposta às vozes das ruas e até agora, absolutamente ninguém, sabe o que possa vir acontecer no País em curto prazo.

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